Calor Latente

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Capitulo 1 
Você está vendo essa gordinha aqui no canto, perto dos espelhos saindo da esteira, totalmente sem fôlego, descabelada, e  totalmente acabada? Então, essa sou eu em meu primeiro dia na academia.
Você pode estar pensando o que estou fazendo em uma academia cheia de corpos malhados, meninas lindas e gostosas, desfilando a última moda em roupinhas de ginástica e meias cano alto. E homens lindos, que mesmo após séries e mais séries de exercícios e horas na esteira, ainda parecem modelos? Eu me pergunto a mesma coisa.
Mas chega uma hora na vida em que devemos tomar as rédeas dessa vadia nas mãos.
Assim, eu me vi aos trinta e sete anos de idade, mãe de dois filhos, uma dona de casa, cuja vida se resumia em cuidar do lar, do marido e dos filhos, ganhando peso e perdendo a autoestima. Sei que acontece com a maioria das mulheres, mas eu resolvi que minha vida mudaria e que meus dias de “Amélia” gordinha estavam acabados.
Começou em um final de semana em que eu quis ser romântica. Meu marido, Anthony, teria a noite de sábado de folga e eu achei que depois de tantos meses sem tempo para o sexo, conforme ele dizia, a noite prometia.
Fiz seu prato preferido, combinei com a minha sogra e ela arrumou uma desculpa para chamar as crianças pra casa dela e passarem a noite lá (crianças, modo de dizer, pois ambos estavam com 18 anos). Arrumei a casa, deixei o quarto lindo com lençóis novos e até comprei uma lingerie sexy. Coloquei um vestidinho preto, que seria rápido de tirar, fiz as unhas, cabelo, depilação… Bem, o pacote completo.
Ele deveria chegar às seis horas e já eram oito e meia e nada. Eu estava desistindo, quando ele finalmente chegou.Ouvi a porta do carro fechando e fui recebê-lo na porta com um beijo. Ele virou o rosto e beijou minha bochecha.
– Está muito quieto por aqui, onde estão as crianças?
– Nossa Tony, mal me cumprimenta e já quer saber das crianças? Sua mãe ligou e os chamou para dormir na casa dela hoje.
– Porra Jess! Como você toma uma decisão dessas sem me consultar? Onde você estava com a cabeça? – Virou e subiu as escadas batendo os pés e a porta do quarto.
– Eles estão com dezoito anos Tony, podem decidir – sussurrei para mim mesma.
Após trinta minutos, ele saiu do quarto e se jogou no sofá a fim de assistir a um jogo de futebol. Sua carranca era horrível, mas, mesmo assim, resolvi seguir em frente com meu plano.
Chamei-o para jantar, disse que havia feito o seu prato favorito. Respondeu que havia feito um lanche no caminho e não estava com fome.
Ainda determinada, coloquei a camisola sexy que fazia conjunto com uma calcinha minúscula, caminhei pela sala e parei em frente à televisão.
– Nossa Jess, onde você conseguiu essa roupa? – Ele riu e fiquei sem entender. – Roubou do botijão de gás? – Quando ele disse aquilo senti o rubor subir por minha face. – Escuta, ele está pedindo a roupinha de volta – continuou entre uma gargalhada e outra.
Sentindo-me a pior das mulheres corri para meu quarto atirei-me na cama e comecei a chorar. Após um tempo, decidi que essa seria a última vez que me humilhavam por causa do meu peso. Eu queria minha vida de volta, meu corpo de volta no controle e de quebra, quem sabe, a minha vida sexual de volta também.
Eu mudaria minha vida, daria uma virada de 180 graus. Eu não admitiria mais ser tratada dessa forma. Eu merecia mais! Naquele momento, resolvi deixar meu marido.
Que vida era essa, pelo amor de Deus! Viver para alguém que não vivia para mim? Que não ligava para mim? Que só me dirigia a palavra para pedir alguma coisa? Se ele quisesse isso que contratasse uma empregada, eu estava fora.
Mas precisava sair dessa por cima. Então, a primeira coisa a fazer era cuidar de mim. Eu mudaria da água para o vinho e então, quando minha vida estivesse nos trilhos, o maldito dançaria.
Na segunda de manhã, assim que todos saíram, fui comprar roupas para ir até a academia. Meu Deus, que martírio! Primeiro que as roupas de ginástica são feitas em tamanhos tão minúsculos que você precisa ser uma vaca anoréxica pesando cerca de trinta quilos para caber nelas. Sério! Acabei comprando algumas camisetas pretas (um número maior do que eu usava para que minhas gordurinhas excessivas não fossem percebidas na primeira olhada) e algumas calças de malha da mesma cor.
Já reparou como o preto emagrece? Bem, munida de meu “uniforme” fui me matricular em uma academia, a Swanson Fitness Club, bem pertinho de casa, eu não teria que andar muito para chegar ate lá e esperava que assim eu pudesse ir com bastante frequência.
Resolvi manter em segredo para minha família. Iria à academia somente quando as crianças estivessem na escola, e meu marido no trabalho. Eles adoravam qualquer motivo para tirar sarro de mim. Assim resolvi não dar mais munição para eles. Queria ver se algum dia eles notariam as mudanças na mamãe gordinha.
Na primeira semana foi um inferno, cada vez que eu ia até a academia parecia que estava entrando em um mundo estranho. Sentia-me um rato entrando no covil dos gatos… Dores horríveis acabavam comigo e por não contar nada para ninguém em casa eu aguentava tudo bem quietinha, para não chamar atenção.
Em três semanas, tudo ficou mais fácil, meu corpo foi se acostumando e afinando… Em três meses eu havia perdido cerca de 10 quilos e estava me sentindo mais confiante e mais durinha em várias partes de meu corpo… foi então que meu mundo mudou.
Em uma quinta feira cheguei na academia, cumprimentei a recepcionista e passei meu cartão pela leitora para liberar o acesso. Atravessei a área de descanso decorada com uma lareira (que nunca vi acesa) e algumas poltronas fofinhas de couro preto rodeando uma mesinha de centro de vidro, onde descansavam várias revistas e um vaso com flores.
Logo após a área de descanso ficava a lanchonete da academia, com vários salgadinhos orgânicos no balcão, balinhas, produtos diet e uma tentadora torta de limão, que me chamava todos os dias! Acredite, ela conversava comigo sempre que eu passava por ali ela gritava “Jess, me coma!” hehe, hoje seria o dia da vingança! Assim que eu terminasse meu treino, eu atacaria com prazer um pedaço daquela delícia! Afinal, eu merecia depois de três meses de dietas e exercícios diários, sem falar que eu precisava comemorar meus dez quilos perdidos!
Passando reto por ela (ainda não era a hora), segui para a loja de fitness, e pela primeira vez resolvi provar alguma coisa. Estava me sentindo poderosa, quem sabe as roupas  minúsculas pensassem a mesma coisa? Rá!
Entrei e fui direto pegando algumas peças e com a ajuda da vendedora fui ao provador. Tirei minha camiseta gigante e minha legging ficando somente com a calcinha e o top esportivo que segurava meus peitos enormes. Virei para o espelho e quando eu me abaixei um pouco pra colocar a perna na calça de ginástica, a cortina do provador foi aberta com um puxão e um homem entrou, segurando uma braçada de camisetas e bermudas, olhando para trás e falando com a vendedora.
Fiquei paralisada, olhando pelo espelho, encarando aquele gigante que entrava em meu provador e vinha em minha direção. Ele deu um encontrão comigo por trás, largando as roupas, que saíram voando em todas as direções. Nessa eu perdi o equilíbrio e estava caindo para frente com uma perna presa na calça que eu tentava colocar e no reflexo ele me agarrou pelos quadris e me puxou para ele, me impedindo de cair. Nossos olhos se encontraram no espelho e prendi a respiração, me afogando naquele azul intenso. Meu Deus, ele era o cara mais lindo que eu já tinha visto.
Ele devia estar tão chocado quanto eu, pois não se mexia. Senti sua ereção crescer de encontro a minha bunda e meus olhos se arregalaram em choque. No espelho vi se formar um sorriso de lado naquele lindo rosto. Foi quando a vendedora entrou também no provador trazendo mais peças para ele.
Descongelamos ao ouvir o grito dela. Meu Deus, que vergonha! Corei ate a raiz dos cabelos, desviei o olhar e peguei a primeira roupa que achei e me cobri. Virei para encarar o estranho de olhos azuis.
– Desculpe, não sabia que estava ocupado – disse ele em um tom de diversão e aquele meio sorriso no rosto. Sua voz era rouca e me provocou um arrepio pelo corpo inteiro.
– Tudo bem, isso acontece – Deus onde encontrei voz para responder?
Isso acontece? De onde veio isso? Balancei a cabeça afastando esse pensamento, afinal já havia saído da minha boca mesmo.
Seu sorriso cresceu, mostrando uma fileira de dentes perfeitos e brancos e revelando uma covinha deliciosa na bochecha.
– A parte de trás é tão atraente quando a frente – disse ele com olhos fixos no espelho.
Minha boca se abriu e fiquei sem fala. Agora era definitivo, eu não poderia ficar mais envergonhada.
Percebendo meu olhar chocado, a vendedora o puxou pedindo desculpas pela intromissão e partiu fechando a cortina do provador.
Fiquei ali parada soltando o ar que, sem perceber, eu estava prendendo. Coloquei a minha roupa novamente e sai o mais rápido possível da loja, largando tudo no provador, vermelha de vergonha.
Fui ao vestiário e me arrumei para a próxima aula, meus pensamentos sempre vagando para um sorriso de lado e fantásticos olhos azuis.
Balançando a cabeça, segui para minha aula de dança no segundo andar.

Capitulo 2

Rick
Será possível? O anjo, aqui no provador da minha loja?
Aqueles olhos cor de chocolate, o narizinho arrebitado, aquela boca... Aqueles cabelos negros compridos, lisinhos… E aquele corpo que sempre me deixou louco. Eu a olhava, todo dia. Mas ela nunca me notou, jamais me olhou. E eu me apaixonei perdidamente por ela.
Mas agora, anos depois, ela estava aqui. Do mesmo jeito, igualzinha! Na minha loja, no provador ao lado. Eu não poderia deixá-la desaparecer da minha vista!
Deixei Cristine falando sozinha e fui atrás dela, que saía depressa da loja. Fui, sem pressa, para não chamar a atenção de ninguém. Ela entrou no vestiário e eu fiquei por perto, esperando ela sair. Como eu chegaria nela? Eu nunca precisei perseguir ninguém, as mulheres sempre vinham até mim. Eu as atraía como abelhas em um pote de mel. Não sei se elas caíam em cima de mim pelo meu dinheiro ou por mim mesmo.
Gosto de ter o controle absoluto de tudo o que me pertence. Eu preciso disso. Foi uma estrada árdua para chegar onde estou. Minha entrada no mundo dos negócios começou cedo, aos 19 anos eu herdei um hotel de meu avô. Ele era proprietário de uma rede de hotéis e em seu testamento, dividiu tudo entre os filhos e os netos.
Estudei bastante, e trabalhei mais ainda para fazer do meu hotel um sucesso. Em dois anos eu inaugurava o meu segundo e assim foi indo. Formei-me em administração e hotelaria. Aos 30 anos eu já tinha mais dinheiro do que poderia gastar. Conquistei tudo por contra própria, de forma honesta e não há nada que me deixe mais orgulhoso do que isso. Coloquei pessoas competentes para administrar meus negócios, e há dois anos abri a “Swanson Fitness Club”, uma ideia antiga, que estava guardada lá no fundo do baú.
Aos 39 anos eu posso dizer que eu sou um homem realizado. Ganhei muito dinheiro e realizei meus sonhos de consumo e profissional. Agora iria atrás do meu anjo. Eu precisava tê-la em minha vida, em meus braços e em minha cama.
Eu preciso estar no controle da situação, eu sou assim. Mas com essa mulher, tudo o que eu não tive foi controle. Ela mexeu com todos os meus sentidos e roubou minha paz. Ao olhar em seus olhos foi como se minha sanidade se esvaísse aos poucos e eu perdesse o controle de mim mesmo, mas de uma forma positiva. Minha vontade de tê-la era tanta que chegava a doer.
Estou com uma ereção monstro desde nossa colisão no provador e dou graças a Deus por usar um jeans justo e uma camiseta solta ou então daria um belo espetáculo aqui no meio de todos na academia.
Nesse instante ela saiu do vestiário, trazendo-me de volta ao mundo real e foi em direção à sala de dança. Imaginei-me tirando aquela roupa de ginástica e saboreando suas curvas suntuosas, passando minha língua por aqueles seios fartos, sugando-os até a exaustão, descendo até sua barriga, seu umbigo e, então, abrindo suas pernas maravilhosas para chegar ao ápice daquelas coxas suculentas e… Merda! Eu estou duro como uma pedra. Preciso me aliviar ou vou explodir!

Corri até a loja, peguei uma bermuda de lycra para ciclismo apertada (para domar minha ereção), uma calça de moletom e voei para o provador, me troquei correndo e fui para a sala de dança. A aula já havia começado, mas ainda dava tempo de participar.

Capitulo 3

Como sempre, fui para o canto e fiquei esperando que a sala enchesse. Dez minutos depois a professora entrou, cumprimentando a todos, comunicou que a aula seria dança de salão e solicitou que cada um escolhesse um parceiro.
Uma mão no meu ombro e uma voz rouca em meu ouvido me causou um arrepio na coluna.
– Você aceita ser minha parceira na aula de hoje?
Eu não precisei olhar para trás. Eu sabia a quem pertencia àquela voz, a lembrança de seus olhos azuis ainda era nítida em minha cabeça. Sem conseguir achar minha voz, apenas acenei com a cabeça. Ele me girou e nossos olhos prenderam-se, calor súbito me invadiu, senti minha calcinha umedecendo seguido de um frisson por todo meu corpo. Meu Deus, eu estava muito ferrada. Onde na vida eu deveria ter essas reações com um estranho? Um estranho maravilhoso, dono dos olhos mais lindos que eu já vi e com um sorriso torto capaz de fazer as mulheres perderem o juízo e as calcinhas.
A instrutora chamou a atenção da classe e colocando a música começou a dar instruções.
– Acho que ainda não fomos apresentados. Eu sou Patrick, mas todos me chamam de Rick, prazer em te conhecer. – Sua voz rouca e sedutora enviou arrepios por todo meu corpo.
– Sou Jéssica, mas todos me chamam de Jess – eu disse em um fôlego. O que estava acontecendo comigo?
– Então, Jess, eu estou começando as aulas aqui hoje, você já está aqui há algum tempo?
– Mais ou menos três meses. Todos aqui são muito atenciosos, você vai gostar – respondi, ainda meio tonta pela proximidade dele, mas conseguindo me controlar.
A instrutora começou ensinando os passos separados, nos fazendo repetir várias vezes. Então pediu para que nos juntássemos aos nossos parceiros de dança.
Patrick me abraçou apertado, colocou uma mão atrás da minha cintura e com a outra segurou minha mão firmemente. Afastei-me por reflexo, o que provocou um sorriso torto em seu rosto.
– Queixo para cima. – A instrutora chegou perto de nós, tocando o dedo indicador na minha mandíbula. – Olhos nos olhos, sintam a música e repitam os passos que aprenderam. Seus quadris devem estar se tocando. – E bateu levemente no meu flanco até que me encostei mais nele.
A música mudou e começou a tocar “I´ve got you under my skin,” de Sinatra. Começamos os movimentos e Patrick chegou mais perto do meu ouvido, seus lábios roçando e disse baixinho “Eu adoro essa música, sempre que ouvir vou me lembrar de você.” Para confirmar suas palavras me deu um aperto suave com a mão que estava em minha cintura, nos aproximando ainda mais, só para que eu sentisse sua ereção em minha barriga.
Isso me deixou em chamas, minha excitação atingindo o limite em segundos. Como pode um estranho me deixar mais ligada do que meu marido? Marido. Aquilo me lembrou de que eu não poderia dar rédea solta a essa coisa que estava acontecendo. Pare, Jess, pare enquanto pode, disse uma vozinha chata na minha cabeça. Ao mesmo tempo em que a outra dizia: Para nada, sua boba! Aproveita, logo o maldito vai tomar um pé bem tomado na bunda e você será livre para o que quiser… e é sempre bom ter uma opção. Ri do meu subconsciente, não sabendo que voz ouvir.
Olhei em seus olhos, e qualquer tipo de aviso que minha mente tenha me dado, evaporou como mágica. Havia alguma coisa naquele semblante que me prendia, me deixando tonta. Inconscientemente, passei a língua pelos lábios e seus olhos caíram para minha boca.
Não pude resistir e dei uma boa olhada em seu rosto. Maxilar forte, boca esculpida por um anjo com lábios perfeitos que quando sorriam daquele jeito meio torto mostravam uma covinha sexy na bochecha direita, nariz reto, olhos de um azul profundo, emoldurado por cílios castanhos e espessos. Lindo. Assim como sua sobrancelha e seu cabelo manchado pelo sol com tons mais claros, naturalmente bagunçado. Deu uma vontade enorme de enterrar os dedos naqueles fios que davam a impressão de serem macios e sedosos.
O clima foi interrompido pela professora. – Muito bem, vocês foram ótimos. Na mesma hora, quinta-feira, até lá.
As pessoas pegaram suas toalhas e garrafas d’água, em seguida, saíram da sala. Ele se inclinou para meu ouvido e murmurou “Semana que vem você será minha”. Roçou seus lábios em meu rosto, virou-se e foi embora.
Fiquei ali, totalmente sem reação, com um sorriso bobo nos lábios. Depois disso, quem precisava de uma torta de limão idiota? Desisti de me trocar na academia, peguei minhas coisas e voltei para casa.
Esse sorriso idiota ficou em meu rosto o resto do dia…
– Mãe, está tudo bem? Você está diferente, parece mais feliz. Tem mais alguma coisa diferente em você e eu não consigo saber o que é. – Meu filho perguntou durante o jantar.
– Ela emagreceu cabeção! – Minha filha respondeu enquanto estapeava a cabeça dele.
Ah! Então alguém percebeu?

***

Acordamos atrasados e tudo desandou. Crianças reclamando, marido zangado, todos pegando suas coisas as pressas para chegarem no horário.
Quando todos saíram, a paz reinou no ambiente. Deixei-me cair no sofá da sala soltando o fôlego em um longo suspiro. Ainda bem que acabou. Pensei, me levantando e indo fazer o resto das coisas. Cheguei ao meu quarto e vi o celular de meu marido na mesinha de cabeceira.
Aquelas vozes voltaram à minha cabeça. O anjinho (como chamei a voz mais calma) me dizia pra desligar o telefone dele e guardá-lo, já a outra voz, a do capetinha (chamei assim porque era mais maliciosa) me disse Vai, dá uma fuçada, sabe-se lá o que ele esconde nesse celular! Com certeza ele escondia alguma coisa nesse treco, pois o maldito levava até para o banheiro com ele.
Escutando o capetinha fui desbloquear o celular. Protegido por senha. Cacete! Bem não há uma coisa no mundo que impeça uma mulher curiosa de conseguir o que quer. Comecei a pensar o que poderia ser. Bem se tinha alguém que o maldito amava eram seus filhos. Resolvi tentar o nome da minha filha. Digitei “Camille” e bingo! Rá! Acertei de primeira. Fui direto para as mensagens de texto.
Nesse momento senti meus olhos se arregalando. Muitas mensagens de uma Suzanna. Abri a mensagem mais recente e foi a vez de minha boca cair aberta.
Amor, tudo certo pra amanhã à tarde, no lugar de sempre. Estou louca pra sentir seu pau em mim. Bjkas, Sua Suzi.
Continuei abrindo suas mensagens, todas com o mesmo tipo de mensagem, de conotação sexual. Senti uma tontura, meus olhos saíram de foco e senti meu estômago revirando. Respirei fundo e um ódio sem limites começou a ferver dentro de mim. Como ele pôde? Um casamento de 18 anos jogado no lixo! Não tinha consideração com ninguém, nem respeito!
Outra respiração profunda me deixou mais calma. Precisava tomar uma decisão. E rápido. O que fazer? Jogar todas as coisas dele na rua? Trocar o segredo da fechadura? Detonar o carro dele quando ele chegasse em casa? Estava confusa e não sabia o que fazer.
Eu estava sem dinheiro e se tomasse uma atitude precipitada ele ficaria no bem-bom com sua vida de solteiro e eu na miséria com dois filhos. Bem, não totalmente na miséria porque graças a nossa construtora, tínhamos uma poupança razoável, uma bela casa, projetada por nós e construída pela nossa empresa. Mas ficaria com os meus eternos “guardiões” enquanto ele ficaria solto no mundo.
Foi então que o capetinha deu o ar da graça. Você já queria separar-se dele mesmo, agora pelo menos você tem um bom motivo perante um juiz. Ouvindo o capetinha mais uma vez. Copiei e enviei todas as mensagens do celular dele pro meu e-mail e fui fuçar um pouco mais no e-mail dele. Protegido por senha outra vez. Tentei a mesma senha e bingo! De novo.
Que falta de imaginação o maldito tinha! Em seu e-mail fui surpreendida mais uma vez. Não somente mensagens, mas fotos. Fotos e mais fotos dela nua, dos dois juntos em vários lugares. Lugares esses que ele dizia que teria reunião da empresa por isso passaria alguns dias fora. Novamente reenviei pra mim mesma. Apaguei meus traços no e-mail dele, desliguei o celular e deixei-o por ali mesmo, como se não tivesse achado.

Resolvi não ir para a academia e sim procurar um advogado com todas as provas. Juntei documentos, extratos bancários, contas pagas e recibos. Peguei tudo o que consegui e fui até o escritório da Júlia, uma amiga de escola que era formada em direito. Com certeza ela me ajudaria.


Capitulo 4


"  "CAPITULO NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS"
Em seu escritório, Júlia me atendeu prontamente. Expliquei todo o ocorrido e entreguei as provas que havia encontrado.
– Amiga, temos o caso! Agora quero saber quão aborrecida você está com ele, para que possamos traçar um plano de ataque! – Júlia batia palmas, totalmente eufórica. Ela nunca gostou do Anthony.
Ela foi contra do momento em que engravidei até quando resolvi me casar.
Dizia que ele não prestava e que eu não precisava disso, que ela e sua família me ajudariam. Mas eu era apaixonada e acreditava em um conto de fadas. Praticamente não tive família e queria a minha própria. Queria ser para meus filhos a mãe forte que minha mãe não foi para mim. Queria que meus filhos tivessem um pai, um pai presente e não como o meu que eu nem sabia quem era.
Minha mãe se matou quando eu estava com três anos e fui enviada para um orfanato, pois ela não possuía parentes vivos. Lá fiquei até os dezesseis, quando fui adotada por um casal de idosos. Eles eram muito carinhosos e me sentia muito bem vivendo com eles.
Foi aí que conheci Anthony. Lindo e popular na escola em que fui transferida, eu logo despertei sua atenção. Eu era dona de um corpo escultural, aparentava ser mais velha com seios grandes, cintura fininha e bumbum arrebitado. Foi na escola que conheci Júlia também e logo de início nos tornamos as melhores amigas. Aos dezoito, quando entrei pra faculdade de administração e ele para engenharia, começamos a namorar e alguns meses depois engravidei dos gêmeos.
Seus pais nos apoiaram e nos casamos em seguida. Não tivemos uma lua de mel. Os bebês vieram logo após o casamento, e, em curto espaço de tempo havia fraldas, vômito, choro, remédios, dentição, limpeza, lavanderia, cozinhar, fazer compras e tentar me encaixar no padrão de Anthony.
Ele era um homem muito detalhista. Gostava de ordem, gostava de perfeição, eu não me encaixava em nenhuma categoria. Como ele sempre dizia, eu não conseguia fazer nada certo, nem meus bebês gêmeos, que não eram idênticos. Tínhamos uma menina e um menino, gêmeos fraternos.
Balançando a cabeça pra afastar esses pensamentos, decidi que eu estava profundamente aborrecida. Fui maltratada a vida inteira e vivi praticamente para os outros. Era hora de cuidar de mim. Assim sendo, respondi pra Júlia, que ainda esperava minha resposta.
– Extremamente aborrecida. – Suspirei.
– Então amiga, vamos dar entrada nos papéis do divórcio e fazer algumas exigências, já que estamos de posse de um material tão generoso. – Júlia me deu um sorriso, balançando os documentos que eu havia entregado. – Assim que estiver tudo pronto te ligo para entrarmos em ação. Enquanto isso, mantenha a calma e finja que não descobriu nada.
Voltei pra casa, fiz almoço e segui minhas atividades normais. Quando ele chegou em casa à noite eu já estava dormindo e não precisei nem olhar pra ele. Maldito!
No domingo ele acordou cedo, tomou café e disse que iria “caminhar”. Sei muito bem o que ele ia fazer, afinal se você fica andando por quase duas horas, você volta suado, arfando com a língua pra fora e pedindo água. Já o maldito voltava fresco e cheiroso. Como eu nunca percebi disso? Com certeza foi se encontrar com a fulana e voltava pra casa com essa cara de inocente e cheio de sorrisos pras crianças. Fui obrigada a engolir minha ira e esperar.
Na hora do jantar minha filha virou-se para ele. – Pai, no sábado que vem é seu aniversário, o que você vai querer de presente?
– Nada filha, você foi o meu maior presente!
Aham, certo que não ganharia nada. Mas isso me deu uma ideia. Ele não havia me humilhado por anos? Com ações e palavras? Humm…
Na segunda de manhã assim que eles saíram, eu liguei pra Júlia.
– Oi, Jú, como está o andamento daquilo?
– Oi, amiga! Tudo quase pronto, só fazendo uns retoques. Está ansiosa?
– Você nem imagina, Jú, nem imagina. Escuta, será que tudo fica pronto e conseguimos dar entrada até sábado? Estou pensando em preparar uma festa surpresa pro Anthony, é aniversario dele, você sabe… – deixei minha frase no ar, sem terminar.
– Hum, a vingança é doce, Jess! Pode deixar que envio tudo no devido prazo. Precisa de ajuda pra execução do maldito? – riu Júlia.
– Tenho algumas ideias. Vou te informar os detalhes mais tarde.
Falar com a Júlia me acalmava. Ela tinha essa coisa, uma maneira de falar que fazia tudo fácil, descomplicado. Assim que desliguei fui arrumar a sala.
Me sentia leve, apesar de ter descoberto a traição do maldito, parecia que um peso estava sendo tirado dos meus ombros. Cheguei na academia, cumprimentei todas as pessoas que cruzavam meu caminho. Parei em frente a lanchonete, e me dei conta de que não tinha comido nada ainda. Olhei o balcão e aquela torta deliciosa de limão que eu dispensei da última vez, estava lá me olhando.
Sem pensar duas vezes pedi um pedaço para a balconista e um chá gelado. Paguei, peguei a minha torta matadora e fui sentar em uma das mesinhas.
Dei uma garfada na torta e levei a boca. Hum que delicia! Tão boa que acredito ter escutado um gemidinho de prazer saindo da minha garganta. Era isso que eu precisava!
Estava na metade da minha torta quando um movimento me chamou a atenção na vitrine da loja de fitness. Alguém estava trocando a roupa do manequim. Mas alguma coisa estava errada.
Estreitei os olhos tentando perceber o que era. Meus olhos foram se arregalando aos poucos, junto com os movimentos daquelas mãos enormes que pareciam tirar a roupa de uma mulher, com muita gentileza… Devagar as mãos foram para a barra da blusinha que estava exposta e levantaram devagar, como que acariciando a pele por baixo, passando pelo umbigo e subindo em direção aos seios. Aquelas mãos lentamente envolveram o seio do manequim e os polegares passaram por onde deveriam ser os mamilos. Aquilo teve um efeito imediato nos MEUS mamilos, que responderam prontamente, virando dois pontinhos por debaixo do meu top.
Olhei em volta, mas não havia ninguém mais sentado próximo a mim. Voltei minha atenção ao manequim que era seduzido por alguém. O manequim tinha a blusa levantada em torno de um dos seios e uma mão o envolvia e acariciava enquanto a outra descia até o cós da calça e os dedos desapareciam ali, acariciando lentamente por baixo.
Engoli em seco e uma onda de excitação me percorreu, imitando o caminho daquelas mãos no manequim, fazendo com que todos os meus músculos internos se contraíssem e um calor me envolvesse lá embaixo. Agora a mão que estava no seio foi descendo e juntou-se a outra na cintura, como se a pessoa estivesse se esmagando nas costas dela.
Mãos enormes envolviam a cintura do manequim e os dedos escovavam por baixo do cós. Lentamente foram abaixando a calça e quando atingiu a altura dos quadris uma das mãos envolveu onde deveria ser o sexo do manequim. Senti em mim aquela mão, o calor percorrendo meu corpo, minha calcinha já úmida. Meu Deus, o que era aquilo? Tentei desviar o olhar, mas não conseguia.
Aquela mão estava se movendo, como se estivesse estimulando o clitóris do manequim. Mexi-me na cadeira, tentando achar algum atrito com a minha calça na cadeira, pra diminuir aquela sensação de formigamento que tomava conta de mim. Nesse momento, uma cabeça apareceu por cima dos ombros do manequim, olhos azuis me encaravam carregados de desejo, o que me fez quase cair da cadeira.
Não é possível! O safado estava dando um showzinho particular pra mim? Olhei em volta novamente, mas todos pareciam alheios a movimentação na vitrine.
Seus olhos me encaravam, e ele passou a língua pelos lábios umedecendo-os. Balancei a cabeça sorrindo e passando as mãos no cabelo, ele devolveu o sorriso, aquele sorriso torto delicioso e me deu uma piscadinha.
Voltei minha atenção para a torta, ainda sorrindo e tentando controlar meu corpo, quando senti uma mão no meu ombro.
– Bom Dia Jess, estava sumida – disse Patrick com uma voz rouca.
– Oi, Rick, bom dia. Estava se divertindo com o manequim?
– Você gostou? – E se aproximou, baixando o tom de voz. – Foi pensando em você.
Um arrepio percorreu minha coluna, me deixando tonta. Nossa! Como ele conseguia isso com algumas palavras? Nunca em toda minha vida meu corpo respondeu assim a ninguém. Eu me sentia viva perto dele.
Respirei fundo e o encarei. Não conseguia dizer uma palavra, não confiava na minha voz e não queria que ele percebesse o efeito que exercia em mim.
Ele não se intimidou com meu olhar, pelo contrário, aquilo pareceu avivar sua vontade. – Minhas mãos estão loucas para sentir a sua pele novamente. Desde a nossa aula de dança eu não penso em outra coisa a não ser te tocar. Em seu corpo colado ao meu, sua respiração em meu rosto…
Não havia como negar a atração entre nós. Era palpável.
– Você é tão confiante. Quem disse que eu quero você assim tão perto de mim?
– Você não precisa de palavras, seu corpo fala por você. Seus mamilos estão durinhos por mim, sua respiração está pesada, você está pressionando as coxas juntas e seus olhos não mentem. Você me quer tanto quanto eu te quero – disse me olhando nos olhos.
O ar me faltou e entreabri os lábios na tentativa de mandar mais ar para meus pulmões. Ele encarou minha boca, umedeci-os com a língua e mordi os lábios. Sua reação foi imediata. Seus olhos correram para os meus, suas pupilas dilataram e seus olhos escureceram. Rá, dois podem jogar esse jogo.
– Não morda os lábios desse jeito, me dá vontade de te beijar…
Limpei a garganta, me recostei na cadeira e mudei de assunto.
– O que você fazia lá na loja mexendo no manequim?
– Sou o dono, então posso mexer em qualquer coisa. – E se ajeitou na cadeira. – Olha o que você faz comigo. Se continuar assim vou ter um caso sério de bolas azuis antes do final da semana.
– No que depender de mim vai mesmo, porque eu não pretendo ter nada com você. – Pelo menos por enquanto, disse uma vozinha na minha cabeça. Sai daí diabinho!
– Por quê? Por que você não quer nada comigo? – disse ele parecendo não acreditar no que ouvia.
– Primeiro porque sou uma mulher casada, ainda. Segundo porque não posso me envolver com ninguém até os papéis do divórcio saírem, já que tudo se baseia na traição do meu marido. Não posso fazer a mesma coisa, não me sentiria bem, isso não está em mim.
Ele me olhou aliviado.
Aliviado???
– Bem, menos mal. Posso esperar. Pelo jeito você tem tudo acertado.
– Se tudo der certo, semana que vem já terei colocado aquele maldito pra fora de casa. Mas isso não é assunto seu, desculpe por ficar aqui tagarelando.
– Se acostume, anjo, porque não tenho a intenção de ficar longe de você – disse ele, olhando em meus olhos.
Meu Deus, que olhos. Tão azuis como um oceano calmo, daqueles que você tem vontade de entrar e não sair nunca mais.
Colocando meu prato de lado, me levantei, peguei minha mochila e me despedi dele.
– Tenho que ir. Nos vemos por aí – disse me afastando da mesa.
– Eu te acompanho até o vestiário.
Eu me apressei na frente, mas ele me alcançou e colocou uma mão na dobra das minhas costas e esse toque teve conexão direta com minha virilha, enviando arrepios por todo meu corpo.
Paramos próximo ao elevador e apertei o botão para chamar, pois a aula era no segundo andar.
– Vamos pelas escadas, o elevador demora muito e está sempre cheio– declarou me puxando até as escadas.
Subimos o primeiro lance de escadas quando ele me puxou para o lado, uma porta se abriu e ele me empurrou para dentro, fechando a porta atrás de si.
– Jess, sei que eu disse que esperaria, mas eu preciso te beijar. E vou te beijar agora.
Então seus lábios estavam sobre os meus. Deixei escapar um gemido de surpresa, ele se aproveitou e aprofundou o beijo, tocando minha língua com a sua. Seu sabor me invadiu e me deixou mole de desejo. Me agarrei a ele, incapaz de resistir a seu beijo.
Nossas línguas entraram em um duelo de vida ou morte, famintas, buscando mais, nossos corpos se encaixaram e eu senti a sua ereção pulsando na minha barriga, pedindo atenção. Suas mãos me puxavam para mais perto, como se quisessem nos fundir em um só. Senti sua mão subindo pelas minhas costas lentamente e me segurando pela nuca, seus dedos vagando pelo meu cabelo.
Rapidamente ele me girou e me prendeu na porta com seu peso, dobrando os joelhos, se encaixando entre minhas pernas, fazendo com que sua ereção roçasse em meu sexo, esfregando-se em mim, acariciando meu clitóris em movimentos lentos de quadris, enquanto devorava minha boca.
Minhas mãos ganharam vida própria, explorando seu peito e subindo até seus cabelos, puxando-o pra mim. Oh, meu Deus, se isso continuasse mais um pouco eu não sei o que seria de mim. Nunca havia me sentido assim, tão viva, querendo tanto um homem como eu queria Patrick.
Sua mão foi subindo da minha cintura, por debaixo da minha camiseta, passeando pelo meu corpo, me apertando as costelas e subindo para meus seios. Seu polegar roçou meu mamilo por cima do sutian e gemi em sua boca. Foi todo o sinal que ele precisava pra cair matando. Sua mão tomou posse de meu seio, segurando firme, sentindo o peso, pegando meu mamilo e apertando de leve entre o polegar e o indicador, me deixando louca.
Sua boca deixou a minha, correndo aberta sobre meu queixo, minha mandíbula, chupando de leve meu pescoço, descendo em direção ao meu seio. Levantando minha camiseta, ele abocanhou meu mamilo por cima da renda negra do sutian, soltando uma respiração quente, me fazendo queimar por dentro.
Meu sexo pulsava, querendo-o, ansiando por ele. Ele se esfregava de encontro ao meu corpo, como que pedindo passagem, querendo abrir caminho para o calor onde ele se alojava. Ele afastou meu sutian, puxando o bojo pra baixo, expondo meu seio à sua boca faminta. O toque da sua língua em meu mamilo enviou faíscas através de minha barriga, direto pra baixo e senti as paredes de minha vagina se contraindo, apertando, pulsando, querendo… Como se ele lesse minha mente, sua mão vagou pela minha barriga, até o cós da minha calça de ioga, que não conteve seus avanços. Seus dedos escovavam o elástico da minha calcinha e foram descendo, lentamente, acariciando, afastando minhas dobras e chegando ao calor úmido entre minhas pernas.
– Tão molhada – disse ele, seu hálito brincando em meu mamilo, enviando ondas de arrepio pelo meu corpo. Devagar ele enfiou um dedo em mim, arrancando um gemido do fundo da minha garganta. – E tão apertada. Preciso te provar, preciso colocar minha boca na sua boceta, te lamber e te chupar até você gozar pra mim. Preciso… – E foi descendo minha calça e calcinha com a outra mão. Ajoelhando-se na minha frente, ele olhava para minha boceta, me fazendo corar de vergonha.
Patrick deixou escapar um gemido e em um movimento ágil, deu uma lambida de cima abaixo nos meus lábios, por cima, depois outra profunda que me deixou mole e fez meus joelhos fraquejarem. Agarrei-me em seus cabelos em busca de equilíbrio, seus dedos começaram a bombear para dentro e para fora em mim, enquanto sua língua brincava com meu clitóris latejante.
Minha respiração estava pesada, uma fina camada de suor cobria minha pele, arrepios percorriam meu corpo e me senti chegando, cada vez mais perto do clímax, as paredes de minha vagina apertavam os dedos dele e ele acelerou os movimentos de seus dedos, fechando a boca em meu clitóris chupando forte. Meu corpo explodiu em sensações, e eu gemi alto, tremendo, me senti pulsando em volta de seus dedos.
Ele só parou de me lamber quando meus tremores passaram e as pulsações em volta de seus dedos diminuíram.
Levantou-se lentamente, recolocando minha calça, totalmente sem folego, ele me beijou novamente, colocando seus dedos entre nossas bocas.
– Que gosto bom você tem – disse ele com a voz rouca de desejo. Saboreei meu gosto em seus dedos, em sua boca, uma sensação tão erótica!
– Quero descobrir o seu gosto também – eu disse quando encontrei minhas palavras.
– Sim, mas em outra ocasião. Temos que sair daqui ou não me responsabilizo por meus atos. E eu fiz uma promessa que espero cumprir.
Concordei com a cabeça e ele se afastou de mim, ajeitando seu membro por dentro da calça.
– Por que eu? – perguntei baixinho. – Você está dentro de uma academia, com as mulheres mais lindas, saradas, andando pra cima e pra baixo com roupas apertadas, todas gostosas… por que eu? Não entendo. – Olhei pra baixo, balançando a cabeça.
Levantando meu queixo com o indicador, ele disse me olhando nos olhos. – Por que você? Fiquei enfeitiçado pelo seu olhar no espelho do provador outro dia. Sua reação, o rubor em seu rosto mexeu comigo. Você é tudo o que eu sempre quis. Não gosto dessas mulheres magrelas, puro osso. Mulher tem que ter carne, curvas, seios fartos. Você é meu sonho molhado transformado em realidade. – Presenteou-me com aquele sorriso de lado, que tanto mexia comigo.
– Ok, se você diz. – Retribui o sorriso.
– Então vamos saindo. – E beijou de leve meus lábios, abriu a porta, colocou a cabeça pra fora e olhou pra ver se não tinha ninguém por ali. – Tudo limpo. – E me puxou para fora.
– Até amanhã, Jess. Vou sonhar com você hoje à noite. E você, sonha comigo? – Balancei a cabeça concordando, dei um tchau com a mão e me virei para as escadas, indo pra minha aula. Não resisti e olhei pra trás, por cima do ombro. Ele estava parado ali, com um sorriso no rosto, olhando pra minha bunda!

– Vá trabalhar pervertido! – Rindo alto, pensei em como algumas horas faziam a diferença na vida da gente.
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Capitulo 5


CAPITULO NÃO INDICADO PARA MENORES DE 18 ANOS
Eu estava em casa planejando o aniversário do maldito quando as crianças chegaram. Decidi que era hora deles saberem a situação real em que nos encontrávamos.
– Crianças, vocês podem se sentar aqui um pouco, quero falar com vocês sobre uma coisa. – Olhei séria para eles.
– Nós não fizemos nada mãe! – Minha filha Camille olhou para seu irmão, sentando-se ao meu lado. – Se você fez alguma coisa confessa logo!
– Eu não fiz nada não, você deve ter feito! – reclamou Erik, apontando pra irmã.
– Calma, não é nada disso. Quero falar sobre mim e seu pai.
Eles me encararam sérios, com os olhos um pouco mais abertos do que o normal, como se não acreditassem no que estavam ouvindo.
– Vou me separar dele e gostaria que vocês soubessem por mim – disse com uma calma disfarçada, mas por dentro queria gritar as barbaridades que eu havia descoberto do maldito.
– Então você descobriu tudo? Mãe, a gente queria te contar, mas não tivemos coragem… – Erik, encarou a irmã.
– Descobrimos na semana passada, quando a gente foi no shopping pra comprar o presente dele. Ele estava num restaurante, de mão dada com uma mulher e o vimos beijá-la. Ficamos tão bravos com ele! Você não tem idéia!
– Bem, é descobri. Mas foi por acaso também quando ele deixou o telefone em casa na semana passada. O fato é que eu me senti tão humilhada com tudo o que vi que quero dar o troco. Vou fazer uma festa pra ele esse final de semana e mostrar a todos o crápula que ele tem sido. Já percebi pela reação de vocês que vocês não ligam muito se isso acontecer…
– Já era hora mãe, mas o que você pretende fazer? –  perguntou Erik. – Você sabe que estamos com você, seja lá o que você decidir.
– O que vou fazer ninguém vai saber até a hora certa. Mas estejam preparados para dizer adeus pro seu pai.
Os pestinhas se olharam e um sorriso surgiu em seus rostos. Eles pareciam bastante satisfeitos com tudo isso… Levantaram de suas cadeiras e me deram um abraço apertado. – Estamos aqui pra você mamãe, sempre. – Camille me deu um beijo na bochecha.
– Sempre. – Repetiu Erik me beijando também.
– Amo vocês, muito – disse com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Depois daquela conversa com meus filhos, liguei e encomendei um telão pra festa, cadeiras, mesas, buffet completo, som e tudo mais. Seria uma grande festa… Digna de uma grande surpresa. Convidei todos do escritório dele, a família e os amigos.
O jantar transcorreu maravilhosamente bem, as crianças pareciam mais tranquilas, conversavam animadamente sobre coisas da escola, deixando um clima aconchegante entre a gente.
O maldito ligou avisando que chegaria tarde por causa de uma reunião ao qual eu já imaginava de que tipo. Aproveitei e disse que faria uma festa pra ele no sábado. Acabei indo dormir sozinha.
Pela manhã tudo correu normalmente. As crianças tomaram café, pegaram suas coisas, mas na hora de sair, vieram até mim me dando um abraço duplo e um beijo estalado simultâneo, causando risos em nós três. Meu marido nos olhava perplexo, com as sobrancelhas elevadas. Aquilo não era nada comum. Ainda sorrindo os levei até a porta e fiquei observando enquanto o carro se afastava. Aquilo seria complicado, mas com eles ao meu lado seria mais fácil.
Na academia, resolvi mudar meu caminho, desviando da loja de Patrick, não sabia como agir caso nos encontrássemos depois do nosso último encontro.
Subi direto para o vestiário, me troquei e quando estava saindo, esbarrei com ele, encostado na parede me esperando.
– Não te vi passando pela loja hoje, então resolvi te esperar aqui. – Ele levava aquele sorriso torto que tanto mexia comigo. – Vem comigo até a loja, tenho uma coisa pra você.
– Ok. – Retribui o sorriso e o segui escada abaixo. Não podia me culpar, ele era irresistível!
– Chegaram umas camisetas novas e quero que você escolha uma, já que parece que você gosta. – Percorreu meu corpo com os olhos, me fazendo corar.
Na loja ele me levou até os provadores do fundo, dizendo que eles eram mais confortáveis. Me entregou uma camiseta preta e pediu que eu provasse.
Entrei no provador, tirei a minha camiseta e coloquei a que ele havia me dado. Quando eu ia dizer que tinha ficado boa, ele entrou no vestiário e fechou a cortina. Chegou pertinho de mim, me olhando com aqueles olhos azuis cor de céu e me virou de costas pra ele. Nos encaramos no espelho.
– Eu disse que ia fazer isso com você em breve – sussurrou na minha orelha, passando a língua pelo lóbulo. – Olhos no espelho. Quero que você veja tudo o que vou fazer com você.
Um arrepio se apoderou de mim, me fazendo estremecer. Suas mãos passeavam pela minha cintura, fazendo pressão contra ele. Sua ereção se esfregava lentamente na minha bunda, enquanto umas das mãos levantavam a minha camiseta em direção ao meu seio, tal qual ele tinha feito com a manequim.
Meus olhos seguiam a sua mão no espelho, hipnotizados com o movimento. Quando seus dedos massagearam de leve meu seio, gemi baixinho. A antecipação me matava. Seus beijos no meu pescoço enviavam arrepios pelo meu corpo, direto a minha virilha. Senti meu sexo umedecendo e apertando.
Ele mordeu de leve na curva do meu pescoço com meu ombro no momento em que seus dedos se fecharam sobre meu mamilo, por cima do sutian. Meus joelhos amoleceram e ele me agarrou mais firme pela cintura com a outra mão, me impedindo de cair. Seus dedos escovavam pelo cós da minha calça, descendo devagar, chegando ao elástico da minha calcinha e continuando, até encontrarem meu clitóris. Começou a acariciar, em movimentos circulares enquanto beliscava meu mamilo.
A mão que estava em meu seio subiu, rodeando minha mandíbula, me puxando pra trás. Nossos olhos se encontraram e nossas bocas se procuraram, famintas. Nossa excitação subiu às alturas, minhas mãos foram direto aos seus cabelos, um gemido rouco escapou de meus lábios seus dedos não davam trégua em minha vagina, sua boca devorava a minha.
– Goza pra mim, Jess – disse ele ao meu ouvido. Na mesma hora, fui atingida por um orgasmo tão forte que amoleci em seus braços, mordendo os lábios para não gritar de prazer e encostei a cabeça em seu ombro. Ele aproveitou a proximidade pra me beijar na boca de novo.
Com os lábios colados, me virei de frente para ele e enganchei uma perna em sua cintura. Ele me encostou contra a parede e começou a mover seus quadris nos meus, sua ereção apertada contra meu sexo, nossas bocas se devorando, nossas mãos agarrando o cabelo um do outro, tentando chegar mais perto, querendo fundir um no outro.
Abaixei minhas mãos arranhando seu peito o fazendo gemer de prazer. Levantei sua camiseta e passei minha língua pelo seu tórax, apertando seu mamilo entre meus dentes. Um estremecimento tomou conta dele e ele gemeu em meu cabelo. Senti algo quente em minha barriga.
– Você acaba comigo. Se com beijos e amassos é assim, imagino a hora em que eu me enterrar profundamente em você – sussurrou enquanto um estremecimento passava pelo seu corpo.
– Hummm.
Puxando a camiseta por cima da calça pra esconder a evidência do que havia acontecido, saímos do provador.
Ele me acompanhou até o salão dos equipamentos. Paramos ao lado das esteiras.
– Tenho algumas coisas pra fazer, a gente se vê amanhã?
– Claro, amanhã tenho aula de dança. Você vai? – perguntei como quem não quer nada.
– Não perderia por nada no mundo, Jess. Nunca tenho o suficiente de você. Quero você em meus braços. – Ele roçou os dedos nos meus de leve.
Esse leve toque enviou um arrepio pelo meu corpo. Para um observador externo não seria nada, mas para nós era uma despedida sofrida, um distanciamento que nenhum dos dois queria.
Com uma expiração profunda me virei pra esteira, coloquei os fones e comecei minha sessão de exercícios.
Depois de muito andar, levantar peso, passar pelos equipamentos previstos em meu cartão, fui para o vestiário, tomei banho, me troquei e fui comprar meu vestido matador para a festa do maldito.
No shopping passei por muitas lojas até encontrar “O” vestido. Ele era lindo, em um verde profundo, com busto marcado e decote em V que deixava meus seios em evidência. Um cinto com um leve brilho marcava logo abaixo, a saia rodada em tecido leve, sobreposto em cortes assimétricos, dava um toque etéreo ao vestido, fazendo meu corpo parecer bem melhor do que realmente era.
Pela primeira vez não me importei em deixar os braços de fora, já que depois de meses na academia eles estavam ficando mais firmes. Pra completar comprei um sapato preto daqueles que gritavam “foda-me”, brincos e uma pulseira fina em prata.
Passei pela estética e fiz minha depilação completa, sobrancelhas e cortei o cabelo, mudando um pouco o liso escorrido básico para um corte esvoaçante em camadas. Uma boa mudança básica. Marquei para fazer as mãos e os pés na sexta à tarde.

Tudo estava se encaminhando. Com um suspiro de alívio voltei para casa.

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Espero vocês lá!





3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Li pelo wattpad , lendo novamente pq não aguentei e tive que comprar o ebook , e não vejo a hora de poder comprar o livro e te-lo em minhas mãos ... bjs Kacau amo a forma como escreve ...e ler novamente Calor Latente me fez pensar em mim , em fazer como a Jess ( que me faz lembrar de mim em tantas situações ) e levantar a cabeça e seguir em frente ... bjs bjs

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